segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Eu sou a Odete Roitman


Descobri essa (triste?) realidade em um quiz do Facebook, o qual, não desconfio por que, não disponibilizou o resultado em meu perfil. Na hora eu fiquei chocada: sempre fui fã da novela, mesmo quando em 1988 eu tinha apenas 10 anos. Nessa época minha mãe provocou-me um trauma — que foi reascendido quando a novela estreou no canal Viva — por dizer que eu era a maior Maria de Fátima. Hoje, depois de me fazer gastar uma grana no divã de analistas, ela me diz que não se lembra disso.
Mas foi com grande surpresa e um pouco de descrença que recebi o resultado do meu quiz “Quem é você em Vale Tudo?” Eu acompanhava a reapresentação desse grande sucesso da teledramaturgia da Rede Globo (talvez o último) quando estava de férias, e sempre à 00h45, por falta de coisa melhor p fazer, eu estava de frente para a TV ligada no canal 36. Agora que voltei a trabalhar, não posso mais me dar esse luxo e vejo tudo no YouTube. Enfim, quando eu estava de férias a famigerada Ms. Roitman ainda não tinha voltado de Paris, seu habitat natural, e sua chegada estava sendo ansiosamente aguardada por todo o elenco rico da novela. Até eu já estava com medo da Odete: todo mundo pintando a caveira dela e ela toda pimposa em Paris com um figurante mudo.
Voltei das férias, fiz o quiz e contei para minha analista. Eu fiquei tão apavorada por parecer com Ms Roitman que eu fiz o quiz quatro vezes, mudando algumas respostas, mas o fantasma de Odete não me deixou dúvidas sobre minha personalidade assombrosa.
Eis que finalmente Ms Roitman chega ao Brasil. E eu comecei a acompanhar sua chegada via YouTube. Quando ela chegou à casa da irmã Celina, foi logo dizendo que a caçula gostava de esbanjar dinheiro. Depois, ao ser convidada para um coquetel por Renato, ela voltou contando à irmã que se fizesse uma reunião para seus amigos seria na piscina, para não ver as mulher mal-vestidas cheias de babados e os homens feios. E pra fechar com chave de ouro, em um jantar oferecido por ela a alguns amigos, Ms Roitman disparou à mesa coisas do tipo “ladrão bom, é ladrão morto”, se mostrou a favor de cortar a mão de ladrões para que eles não roubem mais, disse que as pessoas no Brasil não gostam de trabalhar e são preguiçosas e outros impropérios contra a pátria amada e seus rústicos habitantes.
Ouvindo isso, alguns ficariam chocados. Eu não. Afinal, eu sou mais a Odete Roitman. E de vilã não temos nada, apenas um pouco de gênio e um amor natural pela Europa.

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